Numa época em que muitos artistas se repetem e se tornam prescindíveis e facilmente substituíveis, eu procuro ser única em tudo o que crio, mostrando a personalidade que me define e a força interior que expresso em formas, cores e texturas. Fugindo de modas e de conceitos estereotipados que levam a uma arte muitas vezes sem a marca do artista e sim a uma linha de trabalho que unicamente caracteriza o vazio e a repetição, eu encontro no meu pequeno mundo do estúdio de trabalho, um espaço muito pessoal e intimista, onde desenvolvo a minha pintura pesquisando técnicas e temas que me desafiam ou sensibilizam. Aqui e ali fui fazendo algumas concessões ao público seguindo as modas. Hoje, passados muitos anos de trabalho, procuro ser eu própria, procuro transmitir a beleza, equilíbrio e harmonia de um mundo interior e visionário, sonhador e enigmático. Muitas vezes consigo encontrar esse mundo mágico em cada pincelada em cada emoção sentida, outras vezes impera o vazio, a falta de sentido ou a repetição e então, simplesmente, eu inutilizo ou destruo o trabalho. Estas duas situações, de sucesso ou angústia interior, dominam de igual modo os meus dias de trabalho no estúdio. Mas a Arte continua a ser um mistério, vem não sei de onde e permanece em ebulição em mim…o meu único objectivo é libertá-la do meu interior e esperar que quem a vê sinta as emoções da mensagem que nasceu em mim, vinda de um ponto algures do infinito.
